quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

ORLA DO GUAIBA PORTO ALEGRE X Ganância

Tudo o que não podemos permitir que seja tirado de nós pelos políticos inescrupulosos

O terreno ao lado do Gasômetro precisa de um passeio, não de um Zaffari

A Praça Brigadeiro Samapaio abriga meninas jogando taco na sombra

A luta contra a entrega do espaço público é de todos: uma outra revitalização é possível
Neste espaço, cabe a praça dos onibus, cabe uma rotatória pra resolver o transito da chegada na rodoviária, cabe uma praça, cabe até um Jardim botânico, cabe qualquer boa ideia: não cabem duas torres de negócios.



O espaço ao lado do gasômetro seria de uma nova loja das casas Bahia, ou seria melhor para o usufruto do povo de Porto Alegre?

Não concordamos com o patrolamento do Museu do Trabalho!

Pessoas e seus animais na praça que viria parking para carros

O atual entorno do gasômetro se faz pequeno para o número de pessoas em um final de semana qualquer. Não poderia ser aumentado para o outro lado do gasômetro também?

CAIS DO MAUÁ - PORTO ALEGRE x Ganância


Uma fábula de dinheiro e mentiras.

Janeiro de 2011


A PROPOSTA ASSOMBROSA
Em uma fábula hipotética, um grupo de força econômica chega a Porto Alegre e faz a seguinte proposta:

a) a Usina do Gasômetro deixa de ser um centro de eventos, de caráter público, e vira um enorme camelódromo privado, com a estética final muito parecida com o atual camelódromo que já existente na Júlio de Castilhos.

b) Ao lado do gasômetro, em local que anteriormente se falou em fazer uma marina para barcos à vela, é feito mais um shoping destes de estética de camelódromo, um mercado árabe, com pequenas banquinhas como no centro de Capão da Canoa. A aparência final da área fica como a do centro de Alvorada ou de Cachoerinha. Os turistas entediados fogem deste shoping gasômetro provinciano, pequeno, amesquinhado, igual a qualquer outro do mundo, preferindo ficar no hotel vendo TV. A maior parte nem vem para Porto Alegre, preferindo outras capitais do pais com orla mais bonita. O trânsito da Mauá, deverá para em caráter definitivo. O espaço hoje público e aberto se torna uma feira hippe com um teto de laje.

c) A pequena e simpática praça defronte a usina do gasômetro, com sua fileira de figueiras bravas, deixa de ser uma praça, deixa de ser pública, deixa de ter figueiras, é lajeada, e é transformada no teto de um parking enorme para carros, também sendo englobada pelo tal shoping, seguramente o maior shoping da cidade. O museu do Trabalho é derrubado em benefício deste shoping Mauá, especializado em muamba do Paraguai, brinquedos chineses e raízes de ervas.

d) O Museu de Arte contemporânea é despejado do cais, bem como as bienais de arte moderna. Provavelmente também a feira do livro (pois em que pesem os desmentidos primeiros, é pouco provável que a filial de restaurantes e universidades feche por 2 ou 3 semanas para a realização da feira). Os armazéns, que hoje servem muito bem como centro de eventos, muitos deste eventos de natureza cultural, perderão esta função. Nos armazéns, barzinhos pés sujo com cadeiras de metal com logos de cerveja, servirão pastéis, não mais cultura. Turistas amedrontados, e habitantes da cidade, passam a ter dificuldade de andar no meio da rafuagem, de noite a aparência do local é a que hoje temos na Salgado Filho.

e) Uma parte importante da área é tomada por estacionamentos de carro, de lucro privado, e estética duvidosa. Carros estarão estacionados dentro do passeio, impedindo a caminhada. Um mar de carros estacionados vai impedir qualquer uso para o turismo, impedir qualquer plantação de árvores no local. No lugar que poderíamos ter um Parcão, teremos um parking de carros mais ou menso como o que tem defronte ao shoping Barra. O pier corre o risco de virar um parking para estacionamento do centro.

f) Na outra ponta dos armazéns, nas imediações da rodoviária, na área onde existe ampla área livre, hoje pública, local onde bem caberia um imenso parque de amplo uso para o turismo e para a arborização, são construidas duas ou três torres de 50 andares. As torres são de escritórios, dentro do rio, como se faltassem áreas na cidade para torres de escritórios. A área deixa de ser pública, pois os escritórios serão privados. Com o entorno pesado, a decadência é então fulminante, quase imediata, ampliando o clima da avenida Júlio de Castilhos até o local, com advogados mal afamados e pontos de compra de cabelos locando as salas. Um clima de imensa galeria do Rosário em breve toma conta dos dois prédios, que em poucas décadas vira um local exclusivamente para a prostituição.

g) O projeto todo é apresentado como custando diversos milhões, já que construir torres de escritórios e fazer shopings é de fato algo caro. Não é detalhado na proposta, contudo, o quanto do dinheiro vai para “arrumar” os armazéns ( ou seja, o quanto vai para a finalidade “pública” da área), e o quanto vai para o fim de fazer diversas obras privadas. Não esta na proposta qualquer referência a como os citados milhões devem ser gastos, se em lustres para o prédio privado, ou arbustos para a porção pública do negócio, ou em comissão para os gestores públicos entusiasmados com a coisa toda. Fala-se em R$ 500 milhões, ainda que seja curioso gastar 100 mil reais que sejam em área que já esta pronta como centro de eventos, inclusive já esta até murada. Pela proposta, a cidade de Porto Alegre, entrega em doação a estes senhores, quase todos estrangeiros, a maior parte desconhecidos, 18 hectares, ao lado do rio, na área mais nobre da cidade com sérias perdas para o uso turístico da área.
h) Em um resumo, a proposta é vocionada as mascatismo, é uma proposta neste sentido mercantil, por atender necessidades de vendas, atende bem automóveis e torres de negócios. Não amarra qualquer compromisso dos autodenominados "investidores" com "melhorias", apenas detalahs os ganhos privados. Portanto é uma Parceria Privada-privada, uma case único para o estudo no capitalismo. Pela propostas os "investidores" detalham o que eles ganham, mas há uma falha em detalahr o que farão para a cidade em troca. salvo irrigar ineterruptamente o muro, algo antiecológico. Pela proposta, apenas estão detalhadas quais aparelhos culturais hoje existentes (Bienal, centro de eventos no cais, Usina do Gasômetro, Museu de arte contemporânea, Museu do Trabalho, Praça Brigadeiro Sampaio, Feira do Livro no cais) serão desmontados.

O FINAL FELIZ? O povo impressionado com a falta de sentido, gosto e bom senso do tema, se une e promove ampla resistência. O governo eleito decide convocar um plebiscito, ou referendo: seja para votar sim ou não para este projeto que ai esta, seja mesmo para votar entre meia dúzia de outros projetos urbanísticos diferentes, melhores, menos agressivos para a cultura, mais cidadinos, mais públicos, mais culturais e mais estéticos. A Dna Eva Sopher é convidada para presidir uma fundação de revitalização cultural, o “centro de Eventos Culturais Cais do Porto”, nos moldes da Fundação Teatro São Pedro. A manutenção financeira dos Armazéns será muito bem conseguida com a renda dos ingressos de eventos, feiras, bienais. Será bem conseguida com a locação dos armazéns para congressos e como centro de eventos, inclusive privados (feiras de tecnologia, da indústria, congressos médicos). A iniciativa privada é bem vinda, assim como a Pepsi tem mantido a orla do Marinha, assim como construiu o Museu Ibere Camargo, a ajudar na manutenção. Toda a região que vai da ponte do rio Guaiba, até o Gasômetro é desapropriada, arborizada, cercada e transformada em um jardim botânico, mantendo apenas os armazéns tombados. Onde se fala em shoping em um lado e em torres de edifícios do outros, formidáveis alamedas de palmeiras imperiais formarão um parque: o modelo pode ser o de um Jardim Botânico do Rio de Janeiro na orla, dignificando o espaço, atraindo de fato turistas europeus. O uso do local será todo dirigido para o turismo. O Museu MAC, do Trabalho, o Gasômetro, a feira do livro, a bienal são salvas de serem transformadas em camelódromo.

Na região defronte a rodoviária, no lugar de construir torres altas, é feita o terminal de ônibus urbano do centro, desafogando o lado do mercado. Ou então se usa o espaço para desafogar o trânsito confuso da região da rodoviária, construindo avenidas, ou mesmo um amplo anel, para melhor rotear a entrada de carros na cidade. Ainda seria possível fazer o terminal rodoviário intermunicipal nesta área.

Tendo em mente que a arrecadação de impostos de renda subiu 10% em 2009, o poder público, no gozo dos recursos de um Brasil mais prósperos , contribui na reforma. Com o apoio do BNDS, que tem prestimosamente dado dinheiro público para a iniciativa privada fazer grandes obras, dentro do modelo “neo-milagre-econômico”, poderia financiar um projeto de passar o fluxo da aveniada Maua para um subterrâeno. Até mesmo trecho do Tremsurb entre a rodoviária e o mercado poderia ir para um subterrâneo. Sem o fluxo de carros, e sem o trem, o parque ocuparia os dois lados do muros e ai sim teríamos uma revitalização um tanto menos Dubai, menos Blade Runnner da Maua.

Nesta fábula, a população consegue fazer da área um local de fato nobre, com vocação para eventos, para cultura e para o público, para um uso de fato do interesse de um turista. Unida, a sociedade consegue lutar pela preservação da monumentalidade que a área já tem, sem a mesquinharia de um shoping que transforme a área em uma Assis Brasil, de uma torre Galeria do Rosária.
Carros, comércio e vendas já estão bem representadas no tecido urbano, mas faltam locais livres, públicos. Como a cidade que pretende atrair turistas pode oferecer um projeto tão acanhado urbanisticamente, juridicamente insustentável, éticamente imoral e economicamente prejudicial para Porto Alegre?
Precisamos de uma orla monumental, não de um mercadinho de esquina e um espigão insólito, tomados de carros de permeio. E na fábula com o final feliz, vemos o deputado Flávio Koutzii liderando uma resposta iluminista salvando o cais desta revitalização nati-morta.

Com alterações por ChorbaMatrix e comentário
Blogger ChorbaMatrix disse...

Lamentável!
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Não há dinheiro que pague a preservação da costa do Rio.
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Como podem conseguir autorização ambiental para tal Obra.
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Deveriam é preservar O Cais do Porto.
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Retirar as obras antigas em troca de espaço LIVRE, público. Hotel se constrói em qualquer lugar e costa de rio tem somente este.

Quem ganha com isto?
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Jorge Alencar Chorba
chorbamatrix@gmail.com
http://chorbamatrix.blogspot.com/
55.9623.6520

25 de janeiro de 2011 18:43